segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

COMO FUNCIONA A ARTETERAPIA?

Arte & terapia



Aristóteles afirmava que o objetivo da arte era representar o significado interno das coisas. Hoje, essa forma de expressão é reconhecida como uma via com fins terapêuticos.


Como as artes plásticas são a base da Arteterapia, algumas pessoas podem
se sentir inaptas. Mas, felizmente, há várias opções: música, dança, escrita criativa...
Foto: Shutterstock 
Utilizada por psiquiatras desde o século XIX, a Arteterapia foi inicialmente aplicada em hospitais psiquiátricos. Os trabalhos realizados pelos pacientes auxiliavam na classificação das doenças mentais. Anos depois, o assunto chamou a atenção de Freud, mas foi Carl Jung o primeiro a usar a arte como prática terapêutica. A ideia era estimular a confecção de desenhos livres, como meio de expressão dos sonhos, sentimentos e conflitos. Estabelecia-se, ali, o reconhecimento da criatividade como função psíquica capaz de levar ao equilíbrio.

Rituais de cura 

Desenhos são símbolos. E ao longo da história, em todas as culturas, muitas manifestações artísticas – dança, música, esculturas, pinturas corporais ou na areia etc. – têm sido usadas pelo homem em seus rituais de cura. A explicação para isso é que todas essas atividades possibilitam a decodificação das sensações. Em uma sessão de Arteterapia, esse ritual se repete. A criação acontece de forma espontânea, sem preocupação com padrões estéticos. Entre os instrumentos utilizados estão pintura, colagem, modelagem, fotografia, tecelagem, expressão corporal, teatro, sons, músicas ou criação de personagens. Os resultados são muitos, rápidos e profundos, pois a arte possibilita a cura por meio da expressão das emoções e da ampliação da percepção do mundo subjetivo (consciência). Observando a própria obra, o paciente tem a oportunidade de comentar o que vê e percebe, além de identificar o que pode ser reformulado em sua vida. A arte, em si, representa um veículo de liberação das angústias e do desconforto. Ela expressa a potencialidade e a realidade humana, mas também é um instrumento para compreender a si mesmo e até resolver algumas dificuldades. 
Essas formas de vivenciar as feridas emocionais permitem vislumbrar novas perspectivas. "A imagem em um pedaço de papel é uma mensagem de você para você mesmo. Como a arte é uma metáfora, ela proporciona a descoberta de possibilidades", afirma Selma Ciornai, psicóloga e psicoterapeuta, supervisora e coordenadora acadêmica do curso de Especialização em Arteterapia do Instituto Sedes Sapientiae, em SP. 
Sob orientação 
Para usufruir dos benefícios dessa terapia, não basta a prática de alguma atividade criativa. Segundo as especialistas, esse tipo de exercício é sempre relaxante e saudável, mas não significa que funcionará como Arteterapia. “Para que essa atividade cumpra seus fins, ela deve ser praticada sob o olhar cuidadoso de um profissional. É essa presença ativa do terapeuta que facilitará o processo de perceber e lidar com os próprios problemas e recursos”, diz Selma. A proposta é trabalhar com o indivíduo de forma holística. Por isso, o que se espera dos terapeutas é que eles sejam hábeis na comunicação das palavras e das imagens. No final do tratamento, o paciente deve ser capaz de ver as coisas belas que produziu como algo vindo do ‘seu eu profundo’, nascido dele, e com o qual poderá abrir sua própria janela para o mundo. E não se trata, apenas, da necessidade de uma orientação técnica que guie o paciente na reflexão sobre os problemas e na busca da superação das dificuldades. Para Selma, “a arte é a linguagem da alma, por excelência. Porém, o que existe de mais terapêutico é a presença amorosa do outro, que ajuda a identificar as áreas complexas que dificultam o caminhar. O poder da relação é que é extremamente curador – porque, na companhia do outro, é mais fácil transcender a dor”.

Para o corpo e a alma 

Indicada para pessoas de todas as idades, esse tipo de terapia não possui contraindicações. As sessões têm duração variável (1, 2, ou até 4 horas) e podem ser eficazes no trabalho individual, entre casais, famílias ou em grupo. Útil para combater os males psicológicos e psiquiátricos, ela é, também, coadjuvante do tratamento de disfunções cerebrais. Escolas, centros de reabilitação e de idosos, hospitais e institutos correcionais são alguns dos exemplos onde a Arteterapia pode ser aplicada com sucesso. Em São Paulo, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) mantém um ateliê de arte-reabilitação, coordenado pela Arteterapeuta Ana Alice Francisquetti. A união entre arte e reabilitação tem como objetivo promover a melhora da saúde de portadores de paralisia cerebral, acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo cranioencefálico etc. Para esse grupo, a Arteterapia é a porta de entrada para o convívio familiar e social, o desenvolvimento motor, psíquico, emocional e cognitivo, auxiliando na reorganização funcional do cérebro. E não é só. Um recente estudo realizado pela psiquiatra Hanne Stubbe Teglbaerg, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Aarhus (Dinamarca), confirmou que a Arteterapia reduz a ansiedade e eleva a capacidade da pessoa de resolver problemas. Entretanto, o maior benefício para os praticantes é o fortalecimento do ego. Segundo a pesquisa, o envolvimento pessoal no processo artístico e suas reflexões estéticas estimulam o aprimoramento das competências sociais, permitindo o relacionamento com outras pessoas. Esses resultados garantiram notável melhora na qualidade de vida de pessoas com esquizofrenia que participaram do estudo.

Criatividade e inconsciente 

Como as artes plásticas são a base da Arteterapia, algumas pessoas podem sentir inaptas. Mas as especialistas lembram que é natural cada um ter suas preferências e, felizmente, há várias opções para escolher: música, dança, escrita criativa etc. "Seja lá qual for a preferência, o que importa é que o processo criativo é terapêutico. Ele representa a possibilidade de desafiar o velho, permitindo a crença de que criar algo novo, na vida, é possível. E a arte é esse objeto intermediário", fala Selma Ciornai. E mesmo que alguém esteja impossibilitado de desenhar ou pintar, a observação das obras de arte também pode ser estimulante. "A arte tem poder. E ela pode mover as pessoas de várias formas, desde que aconteça uma conexão de ordem pessoal", diz Neil Springham, chefe do departamento de Arteterapia do Serviço Nacional de Saúde (SNH) DA Grã-Bretanha


Fonte:Texto: Cristina Almeida/ Foto: Shutterstock/ Adaptção: Letícia Maciel 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

7 Mitos sobre Arteterapia

 Desvendando A Arteterapia

7 Art Therapy Mitos Busted
Mesmo que a terapia da arte tem sido uma profissão estabelecida desde a década de 1940, e as artes têm sido utilizados para a cura e saúde para a maioria da nossa existência, é ainda não tão amplamente entendida como a terapia da conversa.
Falo aqui então, sobre alguns equívocos comuns sobre quem pode se beneficiar com a terapia da arte e o que esperar desse processo.
Mito # 1: A arteterapia é só para crianças.
A arteterapia é uma poderosa forma de terapia que combina ferramentas visuais e verbais para ajudar as pessoas de qualquer idade alcançar maior saúde física e mental e o bem-estar. É uma forma de envolver os centros de imaginação e sensoriais do cérebro na resolução de problemas. Não é necessária qualquer experiência especial ou talento artístico; tudo que você precisa é a sua imaginação e sua capacidade de escolher e responder à linha, forma e cor. Mesmo as pessoas com deficiência visual pode se beneficiar com a terapia da arte.
Usando meios artísticos "visualizar" questões e traduzir seus sentimentos em imagens pode ajudá-lo a ver as coisas do ponto de vista do olho de um novo, pássaro. Tendo feito isso, você pode alterar a imagem, e depois pensar sobre como alterar a sua realidade.
ART TERAPIA 3

Mito # 2: A arteterapia é para pessoas que são portadores de deficiência mental, transtornos mentais graves ou feridos cérebro e não pode expressar-se verbalmente.
Arteterapeutas têm habilidades especiais e treinamento no uso de meios de comunicação visual em aconselhamento, que pode ser muito útil quando se trabalha com pessoas cuja capacidade de se comunicar verbalmente está comprometida. Não confunda a terapia da arte para uma abordagem não-verbal, no entanto. Embora possa haver momentos em que menos conversa é necessária, especialmente com população inferior de funcionamento, o processamento verbal é uma parte muito importante do trabalho em arteterapia.
 Mito # 3: eu não sei desenhar, eu não vou ser bom em qualquer arteterapia.
As linhas retas são chatos

Este é um equívoco comumente realizado. As pessoas muitas vezes pensam que eles precisam para criar visualmente descrições "precisas" de situações ou fazer arte "beautiful". Enquanto algumas pessoas podem usar a terapia da arte desta forma, a maioria dos clientes de terapia de arte não pode ter feito arte em anos, ou mesmo décadas. Na terapia de arte, quase nunca existe um jeito "certo" ou "errado" para criar.Ele não tem que ser bonito, e, de fato, mais você pode deixar isso ir, mais rápido que costumamos fazer progressos.
 O terapeuta de arte está lá para orientá-lo através da utilização de material visual para expressar seus sentimentos, fazer as coisas fora de seu peito, e olhar para sua situação e resolver problemas de uma maneira nova. Às vezes, você vai encontrar as suas imagens visualmente agradável, e transformar a dor em beleza é muito estimulante, mas isso não é um pré-requisito para a terapia da arte para ter sucesso.
 Mito 4: A arteterapia é muito "woo-woo" para mim.
Hippie VanHum, não. Na verdade, isso não é o meu carro. Eu não vou pedir-lhe para "abraçá-lo", ou entrar em contato com sua aura.

Mito # 5: Um terapeuta de arte vai olhar para a minha arte e ver as coisas que eu não quero revelar.
Lupa crítica
Enquanto a arte pode nos dar algumas pistas sobre o que você está pensando e sentindo, somente o artista pode finalmente dizer o que seu significado é. Um terapeuta de arte pode ajudá-lo a refletir sobre diferentes possibilidades, ou transformar sua página em torno de vê-lo a partir de um novo ângulo, mas como em terapia da conversa, você permanece o perito em você. Nosso trabalho é ser um facilitador respeitoso, solidário das mudanças que você quer fazer. Olhando para a sua arte, eu não posso dizer quem você está namorando, o que erros você fez em sua vida, ou o que você comeu no café da manhã.
Mito # 6: Arteterapeutas não são "terapeutas reais."
Eu tenho um grau de pós graduada/ especialista entre outros diferentes cursos na área da saúde mental. Estou licenciada na Associação em São Paulo ( AATESP), e também tenho um registro como terapeuta de arte/ Educador. Nem todos os terapeutas de arte possuem licenças, mas todos os terapeutas de arte têm formação de nível pós graduação, assim como assistentes sociais e conselheiros de saúde mental.
Mito # 7: Um terapeuta de arte não será capaz de falar através de meus problemas comigo.
Terapia Mulher com texto
Como mencionei no nº 2, o processamento verbal é uma parte muito importante da arte-terapia. Durante o nosso treinamento como terapeutas da arte, aprendemos a gerar arte exercícios de terapia sob medida para cada cliente. O arteterapeuta se concentra tanto no processo do cliente de fazer arte, bem como o produto. O terapeuta de arte vai falar através de todas essas informações com o cliente.
Finalmente, não pense que um arteterapeuta nunca se envolve em terapia da conversa. Se você achar que tem um bom entrosamento com um arteterapeuta, mas se sente menos puxado para a arte, fale com ele ou ela sobre como você pode estruturar o trabalho de uma forma que atenda às suas necessidades. Eu tenho alguns clientes que utilizam a arte cada semana, outras pessoas que o utilizam algumas sessões, e não outras, e alguns que nunca ou apenas ocasionalmente usar a arte. O objetivo em arteterapia é entrar em sintonia com você e que irá ajudá-lo melhor atender às suas metas
fonte:/arteinfantil-elartes.com.br/

sábado, 25 de abril de 2015

Escultura na educação!





Argila & Sensações


Assim como a arte e os artistas, as crianças pequenas observam e atuam no mundo com curiosidade, sem os padrões pré-determinados. É fundamental que nas propostas de Arte valorizemos essa atitude investigativa da criança para que descubra o mundo e recrie a sua maneira

O mundo de dar forma à argila propicia uma experiência riquíssima para as crianças. Por ser um material maleável, a argila permite a exploração tátil para a estruturação de formas, sendo um excelente meio de estimular a criatividade.

A modelagem favorece o jogo simbólico, pois as crianças dão significados às formas que elaboram e as modificam à medida que trabalham com a argila. Dessa maneira, permite-se que os pequenos tenham um maior contato com os sentidos, principalmente o tato e a visão, liberem seus movimentos e desenvolvam a percepção e a psicomotricidade, fatores importantes na sua formação. Ao trabalhar com a argila, vale bater, enrolar, furar, torcer, beliscar, amassar, puxar ou alisar com os dedos molhados.


É uma experiência única....

Fonte: Baby- Art, Os primeiros passos com a arte, Anna Marie Holm, 94 págs, publicado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

História da Arte e Educação infantil - Vik Muniz.

Criando com o inusitado




Após o carnaval é hora de iniciar os ensinamentos da arte.
Pensando em como transmitir a História da arte com atividades criativas e interessantes, apresentei as obras de Vik Muniz que são um excelente incentivo para que a arte entre no dia-a-dia da criança de maneira simples, acessível e divertida.
Vik Muniz é um artista plástico brasileiro que se utiliza de diferentes materiais para compor suas obras. Uma de suas principais técnicas é a criação e reprodução de famosas fotografias e pinturas usando açúcar, chocolate, diamante, sucata, terra, arame, linha e até brinquedos de plástico, como a figura ao lado. Com a reprodução pronta, faz uma fotografia dela, e assim é mostrada ao público; num trabalho que faz lembrar o impressionismo: quando se chega muito perto é que se percebe de que são feitas suas obras.

Mostrar alguns trabalhos de Vik Muniz para as crianças é uma forma de simplificar a arte e de mostrar que, todos nós podemos criar e ser artistas, com aquilo de mais simples que há no nosso cotidiano. Quem nunca fez desenhos com o ketchup no prato ou percebeu alguma figura no contorno da nuvem? Pois é esse o trabalho de Vik Muniz!
Brincando com um pouco de açúcar ou café sobre a mesa, ou seus alunos podem criar diversas figuras e depois fotografá-las.

Vik Muniz também fez uma bela série com sucata e lixo, utilizando, na arte, esses materiais que “não servem mais”. Com esse trabalho conheceu diversos catadores de lixo do aterro de Gramacho, no Rio de Janeiro.

"O Artista só faz metade da obra, o observador faz o resto" Vik Muniz



Fonte:
Vik Muniz Obra Completa 1989-2009 Editora Capivara

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Bullying


Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.




Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa. 

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. 

Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. 

As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.


Fonte: http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm