sexta-feira, 9 de março de 2018


A natureza dos processos criativos
Você se considera criativo?
Para ser criativo, é necessário pensar de formas diferentes?
Já se sentiu diferente? Estranho, excêntrico e até insano?


Em enumeráveis períodos da história humana, pensar fora da caixa foi (e ainda pode ser) um indício de anormalidade.

O engajamento em formas cotidianas de criatividade original não necessita obrigatoriamente de sofrimento por parte de um criador. Contudo, o sofrimento é um componente de uma doença mental e, apesar das crenças tradicionais sobre as pessoas criativas enfermas, tal perturbação pouco contribui para os insights de inspiração e criatividade.

É claro que praticar arte em suas variadas formas – como escrever um livro, pintar um quadro, elaborar um filme ou criar uma ilustração – pode tornar alguém mais curioso, espontâneo, energético e entusiasmado, além de intrinsecamente motivado por sua atividade.

Segundo Rothenberg:

“A alegação comum é que a extrema euforia e produtividade são características tanto do trabalho criativo quanto de doenças bipolares. Como a doença, no entanto, esses recursos são involuntários, desprovidos de julgamento, e distorcidos, ao passo que a criatividade dos produtores é proposital, e resulta em euforia quase sempre da realização excepcional.”

Zorana Ivcevic, doutora em psicologia na Universidade de Tufts, realizou uma pesquisa sobre diferenças comportamentais entre criativos e pessoas que não costumam exercer a criatividade em suas atividades cotidianas. Aqueles com alta pontuação na criatividade relataram sentir uma maior sensação de bem-estar e crescimento pessoal em comparação com seus colegas que se envolveram menos em comportamentos criativos diários.

Apesar de muitos criativos terem vivenciado experiências traumáticas em estágios de vida iniciais, essas pessoas, através de sua arte, podem transformar adversidade em crescimento criativo e pessoal.

De acordo com Rothenberg, quando uma pessoa criativa é doente mental, a produção de criatividade deve ser realizada durante os períodos de baixa atividade dos sintomas de ansiedade.

Isso é adequado porque a ansiedade produz medo e, possivelmente, paralisa o indivíduo, enquanto a criatividade envolve a capacidade de se mexer, mudar e melhorar todos os aspectos de um ambiente.

Existem muitas pesquisas mostrando que a criatividade está ligada ao funcionamento normal e saúde mental elevada. Os processos criativos são, em boa parte, conscientes, não súbitos momentos de falta de discernimento, e esse trabalho árduo também destaca uma pessoa altamente produtiva.

Quando uma pessoa se envolve no trabalho criativo, ela atinge um estágio de “experiência de pico”, que representa o auge do desempenho humano eficaz.

Quando pacientes com transtornos mentais são informados de que há uma ligação entre sua doença e criatividade, isso aumenta sua moral e autoestima. E eles são mais propensos a tomar a medicação e se cuidar quando ficam sabendo que, controlando suas desordens, podem melhorar seu potencial produtivo.

Dessa maneira, as pessoas com doenças mentais podem se motivar ao transformarem suas patologias em recursos de criação, ao invés de se limitarem por seus problemas opressores.



fonte: Brain Pickings, Psychology Today e Huffington Post

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