segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Organização e Saúde Mental
  
No ritmo acelerado em que vivemos hoje, parece quase impossível realizar todas as tarefas que temos programadas para o dia. A sensação é de que 24 horas não são suficientes. No entanto, será esse mesmo o problema? O que nos falta realmente é tempo – ou é organização?
A organização vai muito além de arrumar as roupas no armário da cor mais clara para a mais escura. A falta de planejamento causa procrastinação – o famoso empurrar com a barriga – e afeta o raciocínio. A pessoa fica tão atrapalhada com os afazeres que perde a noção de prioridade e não sabe por onde começar.
A organização proporciona mais disposição, sensação de bem-estar, dinamismo e aumento da produtividade.
Consequentemente, sobra mais tempo para fazer aquilo que você realmente gosta.

Organização do tempo

Existem três aspectos importantes para a organização da rotina em geral:

  • ·        Planejar o dia
  • ·        Priorizar tarefas
  • ·        Delegar funções



Planejamento do dia

Algumas dicas para realizar este passo são:

· Adote uma agenda. Parece óbvio, mas muitas pessoas se esquecem de anotar as tarefas e fazer uma programação. Uma orientação importante é registrar todos os compromissos em um só local (seja uma agenda física ou um aplicativo digital), para não se perder.

· Estabeleça metas atingíveis. Quando a expectativa é muito alta, você acaba se frustrando. Seja realista e se comprometa apenas com as tarefas que você sabe que conseguirá cumprir naquele tempo determinado. Antigamente, era possível fazer mais coisas em menos tempo. Hoje, é preciso considerar o trânsito, tempo de deslocamento e possibilidade de imprevistos.

· Limite o uso das redes sociais. Elas tiram o foco do trabalho e dificultam a retomada da linha de raciocínio. Durante o dia, desative as notificações de e-mails, Facebook e outros. Estabeleça um horário no dia só para isso.

· Crie o hábito de fazer listas. Elas têm o objetivo de evitar que você relembre rotinas que já pensou um dia. Se você tem o costume de viajar à praia, por exemplo, deixe a relação de itens a serem levados salva no computador. Faça o mesmo com a lista de supermercado.

· Inicie o dia sem correria. Separe o look do dia na noite anterior (consulte a previsão do tempo) e deixe a mesa de café da manhã posta.

Para decidir o que é mais importante dentre as atividades diárias, sugiro a utilização de um recurso muito utilizado no mundo corporativo: o Quadrante de Prioridades. Ele é composto por quatro eixos, como mostra a imagem abaixo:

 


Priorizar tarefas

As tarefas do 2º quadrante (importantes e não urgentes) são prioritárias e devem ocupar 70% da nossa agenda. Devemos sempre tentar aumentar a proporção delas quando fazemos nosso planejamento e tomar muito cuidado para que elas não se tornem urgentes.
Já os afazeres do 1º quadrante (importantes e urgentes) são considerados “incêndios”, que têm o prazo de entrega muito apertado e acabam nos tirando o foco. Procure sempre diminui-los.
Por fim, as atividades dos 3ª e 4ª quadrantes são aquelas que não agregam valor algum ao nosso trabalho e, por isso, devem ser eliminadas do nosso planejamento – ou reduzidas ao máximo.
Aprender a delegar
Finalmente, um passo fundamental para organizar melhor o tempo e otimizar o dia é repassar tarefas aos outros e permitir que eles nos ajudem. Ninguém é capaz de fazer tudo sozinho, apesar de acreditarmos que sim.

Delegar afazeres é um exercício que precisa ser treinado. Algumas dicas são:

· Entenda que cada pessoa tem um jeito diferente de fazer as coisas e aceite que o trabalho não ficará da maneira como você faria. O objetivo de delegar é que você se alivie, e não que fique ainda mais estressada.
· Delegue apenas as atividades que você domina. Assim, terá condições de corrigir os erros.

Deixe listas fixadas na porta da geladeira com os afazeres de cada um .

· Fique apenas com os afazeres que julgar serem os mais importantes.
· Repasse tarefas aos filhos de acordo com seu desenvolvimento mental e motor. Crianças de cinco anos podem ajudar a por a mesa, enquanto as de 10 já são capazes de lavar a louça.
· Sempre elogie: por mais que a execução não tenha sido perfeita, é importante dar estímulos para que a pessoa continue a fazer o trabalho. Com o tempo, ela vai melhorar.
· Deixe claro o que, como e quando a tarefa precisa ser executada. Com os filhos, é legal deixar tabelas na geladeira. Com os ajudantes do lar, desenvolva uma lista de tarefas semanal. Assim, você e ele saberão que, na segunda-feira, os banheiros têm de ser limpos, e assim por diante.
Jana Rodrigues

Arteterapeuta

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O Feminino - Grupo de Mulheres

A Sociedade Matriarcal


O Feminino

À partir do começo do século XX passamos à ter noção que a humanidade sofreu uma grande mudança de valores desde as suas origens mais remotas. Arqueólogos, mitologistas e historiadores como Marija Gimbutas, James Mellart, Merlin Stone, Riane Eisler, entre outros, descobriram que a humanidade tinha uma relação com  o universo feminino desde 24.000/30.000 anos muito diferente dos 2.000 à 3.000 anos atrás. A mulher era respeitada e adorada pelas suas qualidades femininas. Inclusive o feminino em si era o que trazia segurança, alegria, esperança, renovação, adoração e respeito nos agrupamentos humanos. É comum chamarmos esse período como “matriarcal”.

Atualmente se sabe que é uma consideração errônea, pois o “matriarcal” se refere ao domínio do sexo feminino sobre o masculino, como o que vemos no patriarcal dos nossos tempos. Ao observar os restos mortais desses povos e outros estudos analisados, arqueólogos chegaram à conclusão que não havia um domínio de um sexo sobre outro. A mulher tinha seu valor assim como o homem, e a sociedade reconhecia a importância de todos e cada um tinha seu lugar.
Por diversas razões, a nossa sociedade se tornou patriarcal, os valores mudaram para uma supervalorização das qualidades do sexo masculino, as qualidades femininas aceitas se tornaram enfraquecidas e desconsideradas. As mulheres tendo que se adaptar ao mundo em que vivem, esqueceu quem são, seus valores. O feminino se torna desconhecido, mesmo que ainda habite dentro de cada uma de nós. Todo esse processo histórico resulta no fato que a mulher  se tornou um ser perdido, sofrendo dos próprios movimentos internos que não encontram espaço na sociedade para existir. Muitas vezes ela se adapta em adotando atitudes masculinas para sobreviver e se afirmar.


Um grupo de mulheres representa uma possibilidade de re-apropriação dessas qualidades essencialmente perdidas no tempo. Uma reatualização, uma reconstrução desse universo desconsiderado: um universo cíclico, interiorizado, a mulher que pode ser dinâmica, comunicativa, sincera com ela mesma e com os outros, amante, selvagem, forte, emotiva, mas sem descontroles e exageros, gestionária e respeitadora dos seus projetos.

Também alguém que sabe escutar o choro do mundo, enfim, uma mulher empática que toma posse de seus poderes num reinventar-se aberto ao inesperado, ao seu universo criativo, sabendo conciliar seu universo com o mundo real.
Perera (1985) acredita que somente a partir do momento em que a mulher entra na conexão com seus afetos e que o feminino for francamente sentido e reivindicado haverá a relação profunda com os outros. 

Nós poderemos então encontrar uma nova maneira de se relacionar baseada nos encontros profundos de almas, no companheirismo único, mudando assim as relações entre a família humana e a vida em geral. Isso só seria possível se cada um no grupo social fosse si mesmo, na sua essência.

A força da realização de si mesma vai ser encontrada no momento em que a mulher reivindica seus próprios poderes, que ela assume a posição adequada nas suas relações, tornando a alquimia da sua vida essencialmente feminina e encontrando assim um profundo amor próprio. Dentro de uma responsabilização, de um engajamento do feminino na construção de uma família humana vinculada à sabedoria da aceitação, de valorização e acolhimento de cada um como é em realidade.

BOLEN, Jean-Shinoda, « Les Femmes, l’Avenir de la Terre, Rassembler les Femmes e Sauver la Planète », Jouvence Editions, Collection Le Cercle de Vie, Genève-Bernex, CH , 2005
FELLA, Audrey, « Mélusine et l’Eternel Féminin », Editions Dervy, Paris, 2004
GRANDE, Monique, “Femmes qui se Réinventent”, Le Souffle d’Or, Gap, France , 2006
STONE, Merlin ; “When God Was a Woman”, 1993, Barnes & Noble Boocks, EUA
PERERA, Sylvia B., « Caminho para a Iniciação Feminina” Editora Paulus 3ª edição, São Paulo, 1985
PENNA, Lucy, “Dance e Recrie o Mundo, A Força Criativa do Ventre”, Summus Editorial, São Paulo, 1993
PENNA, Lucy, “Corpo Sfrido e Mal-Amado, As experiências da Mulher com o Próprio Corpo”, Summos Editorial, 3ª edição, São Paulo, 1989
SALOMON, Paule, “La Femme Solaire, La Fin de la Guerre des Sexes”, editora Albin Michel, Paris, 1995
WIGUTOV, MYRIAM, « La Rueda Púrpura » Editorial La Quimera, Buenos Aires, 2004


Anna Janaina Rodrigues Gabaça

Especialista em Arteterapia 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O padrão de Beleza.

                E então o Belo é Relativo!!!                                           

                                 

Quem determinou que tal padrão seria belo, e todo o resto feio, rejeitado? O que é belo? O que é feio? O que é o tal padrão de beleza e feiura, que todos somos supostamente obrigados a seguir?

E a resposta é simples. Não existe um padrão. Este nunca foi criado. Não há quem possa dizer que tem o direito de nos ditar regras: de padrões de beleza, estilo ou comportamento. A minha vida, a sua vida, o nosso corpo, o seu cabelo, o meu tom de pele, a altura da minha amiga, ou o peso da sua fazem parte de nós, e são características que nos tornam únicos.

O belo, então, é relativo. O que é belo para mim, pode não ser para você, e vice versa. E isso é um direito de cada um. Mas de forma alguma, e fora de qualquer questão, não há ninguém que possa nos dizer que não somos belos, apenas por não seguir um padrão que, definitivamente, não existe.


Estética entre o Belo e o Feio

                                     


O conceito de belo e feio está dentro de um ramo da filosofia chamado Estética. Esta que às vezes pode, também, ser denominada “filosofia da arte”. Isto porque a estética estuda o por quê de algo ser belo ou, em contrapartida, feio. Um grande exemplo é que antigamente os alimentos eram extremamente escassos.Por conta disso, os “gordinhos” eram considerados belos, ao contrário dos magros que, por serem pobres, eram feios.
Existem dois tipos de conceitos de beleza:a beleza grega (ou clássica), e a beleza contemporânea.


Estética na Grécia Antiga
Platão foi o pioneiro em relação aos estudos da estética de uma obra. Ele entendia que algo belo não está sob julgamento do homem. O belo é algo totalmente contrário ao material e está diretamente associado às virtudes ou ações de um homem. Por exemplo, um homem que mente, rouba, trai etc. é prontamente considerado “feio”.
Por outro lado, Aristóteles, seu discípulo, mostrou outro conceito de beleza quando a associou a algo mundano, material. Agora, o belo seria julgado pelo homem. Cria-se o conceito de beleza a partir da simetria, perfeição e/ou proporções.


Estética no mundo atual
Como filósofo importante na designação de belo e feio no mundo atual podemos destacar Emanuel Kant.
Para Kant, o homem tem uma opinião individual sobre a beleza. É a questão do gosto. Algumas coisas são bonitas para alguns, enquanto para outros pode ser totalmente o contrário.Não há normas que ditem a beleza. Portanto, a percepção do belo, para Kant, era algo indiscutível, pois cabe a cada indivíduo rotular individualmente a beleza


Fonte:http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Est%C3%A9tica-o-Belo-e-o-Feio/791993.html
Fonte: Indefinius: http://indefinius.tumblr.com

A Visão Antroposófica

 O que caracteriza a Medicina Antroposófica?



Muitas são as ações que caracterizam e diferenciam a abordagem dos problemas de saúde pela Medicina Antroposófica.

Tudo começa com uma imagem ampliada do ser humano, da saúde x doença e do processo de vida.

Diante de uma doença, o médico antroposófico vai considerar o quadro clínico do paciente - seus sintomas, os dados de anamnese, de exame físico, os subsídios de exames laboratoriais ou por imagem - como qualquer outro médico.

Mas também vai pesquisar como está a vitalidade desse paciente, o seu desenvolvimento emocional e como ele tem conduzido sua vida através dos anos, sua história de vida ou biografia. O diagnóstico convencional pode, então, tornar-se mais profundo e individualizado. A origem dos desequilíbrios pode ser identificada e transformada através da terapêutica. Esta envolve o uso de medicamentos produzidos com substâncias da natureza - minerais, plantas e até de alguns animais (abelha, corais etc) – e elaborados através de processos da farmácia ampliada pela Antroposofia, tais como diluição e dinamização (de forma semelhante à Homeopatia) e outros próprios da farmácia antroposófica, como é o caso dos medicamentos à base de metais, além de fitoterápicos. Mas também pode ser necessário o uso concomitante de medicamentos convencionais (alopáticos).
Além de remédios, o médico antroposófico também prescreve orientações alimentares, de saúde em geral e de estilo de vida, além da possibilidade de trabalho conjunto com as terapias ligadas à Medicina Antroposófica.

Psiquiatria

Psiquiatria " Medicina da Alma"


A Psiquiatria sempre foi considerada como a “medicina da alma”. Hoje, todas as perturbações ditas “psiquiátricas”, quando explicadas, são vistas como consequências de distúrbios do cérebro.
Há algumas décadas, surgiu a Psicossomática, afirmando que muitas doenças têm origem em problemas anímicos; esse conceito é ampliado pela Antroposofia a partir do conhecimento de que muitas doenças psiquiátricas têm fundamentos orgânicos. Assim, a Psiquiatria ampliada pela Antroposofia busca, em cada individuo, a correlação entre os sintomas que apresenta e um sistema de órgãos. Para obter o diagnostico, é preciso conhecer os sintomas típicos de cada órgão.
O objetivo é distinguir o processo da doença em si e o modo como cada indivíduo adoece. Um processo Arteterapêutico com base na Medicina antroposófica,  procura conhecer sua biografia desde o período da gestação, a maneira como foi acolhido na Terra, sua estrutura familiar, as influências ambientais e educacionais e sua atitude frente à vida.
Sabendo-se sempre que a partir do diagnóstico, é estabelecido uma forma terapêutica que poderá ser medicamentosa ou, ainda, encaminhamos o paciente para um acompanhamento multidisciplinar, tentando torná-lo, quando possível, consciente do que o levou a adoecer, acompanhando-o em direção ao seu futuro.

Atividade Física e Saúde Mental

A Atividade Física  e seus benefícios na Saúde Mental 


Terapias complementares são utilizadas por profissionais da área da saúde na prática assistencial, associadas ou não a outras formas de cuidar. Cito algumas como: terapia floral, antroposofia, acupuntura, homeopatia, massagem/massoterapia, "reiki", reflexologia, "do-in", "shiatsu", "rolfing", balanceamento muscular, fitoterapia, cristais, cura prânica, visualização, energização, meditação, "feng shui", musicoterapia, psicologia Jungiana , Arteterapia e terapias corporais etc...

Dentro desta variada gama de terapias denominadas alternativas ou complementares pretendo, com o texto presente, mostrar mais a literatura sobre atividade física e saúde mental  numa abordagem integrada. 
Inicio com alguns conceitos básicos, mais freqüentemente encontrados quando se estuda comportamento humano, como movimento, atividade física, domínios motor, afetivo-social e cognitivo, pois em geral são termos utilizados na produção científica sobre o assunto em foco.

O comportamento humano pode ser classificado em três domínios: o cognitivo, o motor e o afetivo-social. O domínio cognitivo envolve as atividades intelectuais; do domínio motor fazem partes os movimentos e do afetivo-social os sentimentos e as emoções. 
A atividade física tem sua expressão no domínio motor quando se tenta analisar cada domínio de forma independente, o que é tarefa complexa, pois há forte inter-relacionamento entre todos eles. A ênfase em um deles depende de cada momento e da atividade executada.

O movimento é o resultado do processamento de informações sensoriais, ou de impulsos internos próprios, através de complexas interações que ocorrem no sistema nervoso central e periférico. Esses movimentos apresentam características comportamentais espaciais e temporais observáveis. As observáveis resultam de um processo que ocorre internamente na pessoa, como descrito anteriormente. 
O movimento é um aspecto de extrema importância para o estudo da evolução do ser humano, pois muito da interação com seus semelhantes e com o ambiente depende de sua execução. Ele está presente em todas as atividades humanas, no cotidiano, no trabalho, no lazer e no esporte.
Há pessoas que utilizam a totalidade dos movimentos em sua máxima amplitude, outras apenas parcialmente, apresentando dificuldades para efetuarem alguns deles. Através do treinamento, a pessoa pode adquirir ou readquirir essa destreza motora, que confere à movimentação mais eficiência e firmeza com menos gasto energético, conseqüentemente surge a diminuição da tendência ao cansaço ou à acomodação.

A atividade física é definida como "todos os movimentos que formam parte da vida diária, incluindo o trabalho, a recreação, o exercício e as atividades esportivas".


INSERÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE MENTAL


Tanto no meio leigo como no científico, sabe-se que a atividade física traz benefícios orgânicos ao indivíduo, tendo também ação benéfica sobre a sua saúde mental quando usada de maneira correta, pois se utilizada de maneira incorreta e excessiva torna-se prejudicial. 

Para alguns indivíduos a atividade física pode tornar-se uma obsessão, resultando numa exagerada preocupação com exercícios e treinamento podendo interferir nas relações pessoais e ocupacionais. Já, para atletas de elite, o excesso de treinamento pode levar à síndrome de "overtraining", que pode ser observada pela presença da queda de rendimento, distúrbio do sono, redução da libido e do apetite, alterações de humor como apatia, irritabilidade e depressão.

A atividade física não fica restrita apenas ao âmbito da promoção e manutenção da saúde. Ela tem um importante significado na sociedade quando utilizada para estimular a socialização precoce na infância, com reflexos positivos na vida adulta.

A prática regular de atividade física, adequadamente planejada, executada, controlada e avaliada por profissional capacitado, beneficia pessoas de qualquer idade em relação à saúde no seu sentido amplo.

Saúde, no seu conceito amplo, não é simplesmente a ausência de doença ou enfermidade, mas sim um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Este conceito deve ser considerado como um processo dinâmico e uma meta de grande complexidade.

 A saúde mental nessa definição engloba o bem-estar subjetivo, a auto-eficácia, a autonomia, a competência e a auto-realização do potencial intelectual e emocional da pessoa.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Saúde Emocional da Mulher

Uma reflexão sobre a saúde emocional da mulher na atualidade


 
 
As relações humanas são influenciadas pelo gênero de seus participantes e suas representações dentro da cultura. O patriarcado, enquanto elemento fundante da história ocidental e compreendido como necessidade de dominação masculina, mantém-se presente, mesmo com todas as mudanças dos últimos séculos. 
 
Ao longo do processo de desenvolvimento, os papéis de gênero são estabelecidos e passados desde a tenra infância. Às meninas é permitido chorar e se expressar emocionalmente, e, ao mesmo tempo, isso é visto como algo que diminui, reduz, fragiliza o feminino. Assim, o feminino é colocado desde cedo como frágil, vago, alterado; e o masculino como forte, objetivo, certeiro. Essas noções serão a base para a formulação de uma convivência social permeada por estereótipos, permissões, omissões e negações do feminino, onde a mulher perceberá desde sua infância quando pode (ou não) ter sua voz aceita e ouvida.
 
Observe-se que a socialização das mulheres envolve, desde a infância, uma contínua imposição de limites ao corpo. As roupas, modos, esportes e visão de fragilidade admitem o corpo feminino como o oposto à força masculina. Segundo Bourdieu (2003), a feminilidade é medida pela arte de se “fazer pequena”, colocando o corpo feminino dentro de um cerco invisível, feito pelo olhar de homens e mulheres continuamente.  Esse é um corpo que tem dupla função: ser belo e desejável por um lado, e, por outro, fértil para a maternidade: o útero que dá conta de continuar vigorosamente a espécie.
 
 
Na atualidade, tornar-se mãe é uma das funções da mulher. Essa função é socialmente difundida como um direito, uma escolha. Mas há uma regra implícita de que, se houver essa escolha, terá de ser cumprida com excelência. Os ‘erros’ e dificuldades são inaceitáveis. Se, há cem anos atrás a mulher era reprimida para ser uma boa e abnegada esposa e dona-de-casa, hoje essa repressão tomou outro colorido com o mesmo fundo:  é necessário ser uma mãe perfeita, que dê conta de seu filho com primor, que trabalhe fora, seja produtiva, especializada, com um corpo desejável e sexualmente ativa. Ou seja, nova roupagem para uma dominação androcêntrica que permeia as relações de gênero.
 
Compreendendo essa multiplicidade e complexidade de papéis assumidos pela mulher, algumas situações emocionais se apresentam como desafiadoras aos que trabalham em saúde mental. O risco de problemas de saúde mental para mulheres é de 1,54 em relação ao dos homens. As mulheres apresentam maiores taxas de prevalência de transtornos de ansiedade e do humor que homens, e os transtornos alimentares têm a proporção de 10 mulheres para 1 homem atingido. Por outro lado, o estresse decorrente do trabalho, antes privilégio masculino, hoje atinge igualmente homens e mulheres.
 
 
As hipóteses para essa situação são de ordem biológica e social. Dentre as biológicas, podemos citar as mudanças hormonais desde a menarca, gestação, parto e puerpério, e, mais tarde, a menopausa e as terapêuticas de reposição hormonal. Essas condições biológicas promovem variações de humor na mulher e são facilitadoras para alterações emocionais como ansiedade e depressão. No entanto, argumenta-se que há maior persistência dos episódios depressivos em mulheres que em homens também por influência de pressões sociais, estresse crônico e baixo nível de satisfação associados ao desempenho de papéis tradicionalmente femininos. Vale comentar também que a violência contra a mulher aparece associada na literatura da área com aumento de episódios depressivos e ansiosos, assim como o estresse pós-traumático.
 
Nesse contexto cultural se impõe ao profissional de saúde mental a discussão sobre autoconceito e autoestima da mulher. Atuar na saúde emocional da mulher requer o questionamento sobre os valores e regras culturais que estão permeando suas preocupações, ansiedades, angústias, pressões e dificuldades. Afinal, ser mulher é muito mais do que a oposição ao modelo androcêntrico, mas uma construção de valores próprios e decisões sobre o que deseja realmente tornar-se: mulher mãe, mulher profissional, mulher sexual, mulher que escolhe o que quer e que pode mudar ao longo da vida. É necessário haver lugar para o questionamento da ordem das coisas e dos modelos já estabelecidos. Qual é, afinal, o valor que cada mulher atribui a si mesma?
 
 
 
Referências
 
Andrade, L. H. S. G. de; Viana, M. C., & Silveira, C. M.. (2006). Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Revista de Psiquiatria Clínica33(2), 43-54.
 
Badinter, E.( 2011) O conflito: a mulher e a mãe. São Paulo : Record.
 
Borsa, J. C.; Feil, C. F. O papel da Mulher no contexto familiar: uma breve reflexão.www.psicologia.com.pt
 
Bourdieu, P. (2003) A Dominação Masculina. Rio de Janeiro : Bertrand-Brasil, 3.ed.
 
Fonseca, R.M.G.S.(1997) Espaço e gênero na compreensão do processo saúde-doença da mulher brasileira. Rev Latino-am Enfermagem, 5(1):5-13

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A Busca do 5° Elemento na Arteterapia


 Os 4 elementos da vida, o "essencial invisível aos olhos".



Na antiguidade, os povos pré socráticos (dos pensamentos de antes de Sócrates e Platão) orientavam-se nos seus cotidianos pela fenomenologia do "aqui-agora". Também ponderavam profundo respeito aos elementos que compõe o mundo: ar, terra, água e fogo. A relação dos povos pré socráticos com os 4 elementos era de aceitação e adequação, fazendo assim da condição humana um berço para a transformação junto com a mãe natureza.
À medida que os pensamentos de Sócrates e Platão foram penetrando as sociedades, com a primícia básica da busca do idealismo da verdade, o homem foi distanciando-se da fenomenologia em prol do desenvolvimento desse mar de imaginação idealística ao qual começou a ir de atrás. Não certo nem errado, o homem expandiu sua maneira de sonhar e ir de atrás de um ideal ao qual atribuiu-se uma verdade absoluta, muitas vezes impossível de se alcançar.Face à essa desconexão do homem com o elemental da vida, Nietzsche veio e perguntou ao homem: para quê a verdade? E novamente o homem pode voltar a ter uma possibilidade de reencontro com seu inconsciente elemental.


Essa pergunta pode o colocar de volta à própria Jornada de Herói, em busca de uma equalização dos 4 elementos para findar-se no 5º: A PRÓPRIA ESSÊNCIA DE SUA EQUALIZAÇÃO ELEMENTAL.

A mandala passa então para um status de miscelânea dos elementos, na busca do próprio homem em organizar-se por dentro. A mandala demonstra fagulhas dos 4 elementos em traços, cores e texturas para que possam ser organizados no contexto de vida do cliente em tratamento Arteterapêutico.
O resultado só poderá ser contemplado com a obra do próprio artista de sí: em organizar-se elementalmente, na busca da sua própria essência. Dizer então que uma mandala é a própria essência de quem a faz? Sim, pode parecer uma afirmação coerente, "SE" o cliente em Arteterapia encontrar a si na obra final resultante do trabalho com os 4 elementos.

O resultado é então o 5 elemento: a harmonia resultada da própria organização interior dos elementais ancestrais resgatados pelo cliente em processo.